quarta-feira, 27 de junho de 2012

Presos envolvidos em fraude de concurso público no município de Xaxim

A pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a Juíza da 2ª Vara da Comarca de Xaxim, Surami Juliana dos Santos Heerdt, decretou, nesta terça-feira (26/6), a prisão preventiva de quatro envolvidos na fraude do concurso público da Prefeitura da cidade. Entre os presos estão um funcionário público e uma pessoa envolvida diretamentecom a administração pública municipal de Xaxim e dois empresários. A prisão preventiva foi pedida pelos Promotores de Justiça Fabiano David Baldissarelli e Diana da Costa Chierighini para garantir a ordem pública e para evitar novos crimes.

O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) de Chapecó começou a investigar as supostas fraudes no concurso público da Prefeitura de Xaxim em maio, quando uma candidata procurou a Promotoria de Justiça da Comarca para denunciar que havia recebido o gabarito errado da prova. A candidata se inscreveu para o cargo de auxiliar de enfermagem e recebeu o gabarito da prova de enfermagem.

Para auxiliar nas investigações, o GAECO apreendeu, por meio de três mandados de busca e apreensão, documentos, equipamentos de informática, provas, cartões respostas, gabaritos, listas e arquivos digitais. Os materiais foram submetidos à análise do Instituto Geral de Perícias (IGP). A força-tarefa também colheu depoimentos. Descobriu-se, então, o vazamento do gabarito da provade enfermagem e de outroscargos do concurso,e que a fraude havia beneficiado outros candidatos.

A Promotoria de Justiça de Xaxim recomendou a anulação do concurso público e a Prefeitura anulou. O certame foi realizado em cinco de maio deste ano. Foram 368 inscrições para 19 cargos.
"Corromper o ingresso no serviço público, fraudando o concurso de provimento do quadro efetivo, é corromper a gênese do que será posto à disposição da população. Esta aí a raiz do caos do serviço público, notadamente porque com isso não ingressam os mais preparados e qualificados para bem atenderem o cidadão e fazer esse País sair do buraco ético onde se encontra", escreveram os Promotores de Justiça no requerimento de prisão preventiva.
OUTRAS INVESTIGAÇÕES

O GAECO de Chapecó está preparando um dossiê de cada concurso público sob suspeita no Oeste catarinense. Até agora já foram verificados pelo menos 17 contratos licitadoscom supostas fraudes. O relatório será remetido às Promotorias de Justiça para que sejam tomadas as providências cabíveis específicas para cada caso.

"A constatação dessas fraudes é fruto de um trabalho isento e comprometido do Ministério Público em parceria com as polícias civil e militar que compõe o GAECO. Conquistas como essas estão ameaçadas pela PEC 37, que pretende acabar com o poder investigatório do Ministério Público", alertam os Promotores de Justiça Fabiano David Baldissarelli e Diana da Costa Chierighini.

Redação: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC