quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ex-Delegada e mais oito são sentenciados por envolvimento com jogos de azar

A exploração do jogo do bicho e máquinas caça-níqueis na região de Jaraguá do Sul entre 2007 e 2008, por uma organização criminosa que contava com a proteção de policiais civis, resultou na condenação de nove pessoas a pena de prisão, em sentença proferida no dia 12 de novembro em ação criminal proposta pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Seis dos nove sentenciados tiveram negado o direito de recorrer em liberdade e foram presos na manhã desta quarta-feira, por força-tarefa da Coordenadoria de Investigações Especiais do MPSC com apoio das Polícias Civil e Militar de Jaraguá do Sul.

Os crimes e contravenções praticados foram corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, exploração do jogo do bicho, crime contra a economia popular (pela exploração de máquinas caça-níqueis), violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, advocacia administrativa e prevaricação. Entre os sentenciados presos estão a ex-Delegada de Polícia de Guaramirim e ex-Delegada Regional de Jaraguá do Sul, Jurema Wulf, que somando todas as penas foi condenada a 14 anos e oito meses de prisão, e a Escrivã da Polícia Civil Dilva Dolzan, atualmente aposentada, que somando todas as penas foi condenada a 11 anos e 20 dias de prisão.

A investigação foi realizada pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas do MPSC (GECOC) e ficou conhecida na época como Operação Game Over, resultando ao final de 2008 em diversas prisões temporárias e na apreensão de equipamentos e materiais relacionados a jogos de azar. Também foram presos: José Wodzinsky, condenado a 11 anos e nove meses de prisão; Vinícius José Wodzinsky, nove anos e nove meses de prisão; Everson Fernando Wodzinsky, nove anos e nove meses de prisão; e Lídio Ceppli, oito anos e três meses de prisão. Poderão recorrer em liberdade: Édio Nei Dolzan, 4 anos, 3 meses de prisão; Sílvio Antônio Sutil de Oliveira, 3 anos de prisão; e Rubens Alcarria Junior, 3 anos de prisão. Em todos os casos foi considerado a soma das penas.

Além da prisão, foi decretada a perda dos bens e valores apreendidos sem comprovação de origem lícita, cerca de R$ 900 mil, 13 imóveis e 34 veículos. A ex-Delegada-Regional e a Escrivã também tiveram decretada a perda dos cargos públicos. Cabe recurso da decisão ao Tribunal de Justiça. (Ação nº 036.08.011256-6).

Comunicação Social MPSC.